{"id":1396,"date":"2018-08-05T16:52:00","date_gmt":"2018-08-05T16:52:00","guid":{"rendered":"https:\/\/circulareconomy.pt\/?p=1396"},"modified":"2022-04-07T11:29:55","modified_gmt":"2022-04-07T11:29:55","slug":"lisboa-2030-a-vida-numa-cidade-circular","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/circulareconomy.pt\/en\/lisboa-2030-a-vida-numa-cidade-circular\/","title":{"rendered":"Lisboa, 2030: a vida numa cidade circular"},"content":{"rendered":"\t\t
Comecemos pela habita\u00e7\u00e3o. Em 2030 vamos viver em casas passivas que consomem muito pouca energia e at\u00e9 s\u00e3o capazes de a produzir, atrav\u00e9s, por exemplo, de pain\u00e9is solares no telhado (instalados, p.ex., por\u00a0Coop\u00e9rnico<\/u><\/a>). Nestas casas as \u201c\u00e1guas cinzentas\u201d do chuveiro e do lavat\u00f3rio s\u00e3o filtradas e reutilizadas. Gastamos muito menos \u00e1gua.<\/p> Os condom\u00ednios s\u00e3o muito mais do que uma s\u00e9rie de pessoas a viver no mesmo pr\u00e9dio: s\u00e3o centros de partilha e de boa vizinhan\u00e7a. Muitos edif\u00edcios ter\u00e3o uma lavandaria comum, uma pequena oficina com ferramentas (inspirada pela\u00a0Library of Things<\/u><\/a>), um atelier multiusos, tudo partilhado pelos cond\u00f3minos.<\/p> Vamos at\u00e9 l\u00e1 fora. A cidade est\u00e1 t\u00e3o diferente! No lugar de alguns baldios e ru\u00ednas nasceram jardins e hortas (ex.\u00a0Horta do Baldio<\/u><\/a>). H\u00e1 associa\u00e7\u00f5es de hortel\u00e3os a cultivar legumes e a recolher res\u00edduos org\u00e2nicos dom\u00e9sticos para compostagem (com apoio do\u00a0ComBOA!<\/u><\/a>). O feij\u00e3o-verde da nossa sopa \u00e9 produzido ali na esquina (e a alface da salada vem do sistema de\u00a0hidroponia\u00a0<\/a><\/span>vertical instalado na marquise!). A agricultura urbana tornou-se um lugar-comum, tomando conta de um sem-n\u00famero de canteiros e inventando novas maneiras de podermos comer a cidade (na foto acima: sistema de cultivo urbano desenvolvido por\u00a0Ecocenter<\/a>\u00a0e\u00a0Biovivos<\/a>).<\/p> Por todo o lado h\u00e1 mercados de legumes org\u00e2nicos produzidos localmente (ex.\u00a0Agrobio<\/u><\/a>) e cooperativas de distribui\u00e7\u00e3o de comest\u00edveis regionais (ex.\u00a0Boa Colaborativa<\/u><\/a>). Os supermercados vendem a maioria dos produtos a granel (ex.\u00a0Maria Granel<\/u><\/a>). Com t\u00e3o pouco pl\u00e1stico para desembrulhar e com a recolha porta-a-porta de restos org\u00e2nicos, os nossos caixotes do lixo acumulam t\u00e3o singelas quantidades que \u201clevar o lixo\u201d \u00e9 coisa que raramente fazemos.<\/p> A Lisboa de 2030 tem mais \u00e1rvores (em parte, gra\u00e7as ao empenho da\u00a0Plataforma em Defesa das Arvores<\/u><\/a>). O ar \u00e9 mais limpo. O ver\u00e3o \u00e9 mais fresco. A biodiversidade urbana aumentou. Os flamingos avistam-se com mais e mais frequ\u00eancia na zona da Expo, e \u00e0s vezes v\u00eaem-se ouri\u00e7os-cacheiros a atravessar a rua de uma horta para outra.<\/p> J\u00e1 ningu\u00e9m compreende como \u00e9 poss\u00edvel que o autom\u00f3vel tenha dominado a cidade durante tanto tempo. Lisboa \u00e9 agora amiga dos pe\u00f5es e dos ciclistas (gra\u00e7as entre outros ao empurr\u00e3o da\u00a0MUBi<\/a>)<\/u>. Os transportes p\u00fablicos tornaram-se mais fi\u00e1veis, baratos e funcionais. Gra\u00e7as \u00e0 infraestrutura integrada de transportes, \u00e9 f\u00e1cil combinar comboio com bicicleta ou autocarro el\u00e9ctrico, e h\u00e1 sempre alternativa aos combust\u00edveis f\u00f3sseis. A cidade est\u00e1 menos barulhenta, menos polu\u00edda, menos perigosa, mais amiga das crian\u00e7as e das pessoas com mobilidade reduzida.<\/p> Na Lisboa circular de 2030, tamb\u00e9m os objetos circulam. Foram concebidos para durar, e por isso est\u00e3o a\u00ed para as curvas. E em caso de acidente, \u00e9 f\u00e1cil repar\u00e1-los. Quando a torradeira se avaria, levamo-la ao\u00a0Repair Caf\u00e9<\/u><\/span><\/a>. As roupas que deixamos de usar, levamo-las \u00e0\u00a0Re:Costura<\/u><\/span><\/a>\u00a0onde costureiros amadores e profissionais as reutilizam e transformam.<\/p> Os objetos tamb\u00e9m circulam porque os partilhamos numa\u00a0economia colaborativa<\/a>. Livros e filmes abundam nas\u00a0bibliotecas\u00a0comunit\u00e1rias, para j\u00e1 n\u00e3o falar das p\u00fablicas. A vida desmaterializou-se: certas coisas que antes consum\u00edamos sob forma de objeto s\u00e3o agora servi\u00e7os, como o carro que t\u00ednhamos e que entretanto vendemos para subscrever um sistema de partilha de autom\u00f3veis (ex.\u00a0Citydrive<\/u><\/a>), poupando centenas de euros por ano. Ah sim: na Lisboa de 2030, gastamos menos dinheiro.<\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/section>\n\t\t\t\t A Lisboa de 2030 \u00e9 ainda mais cultural, criativa e estimulante. H\u00e1\u00a0fablabs<\/a>\u00a0espalhados pelo pa\u00eds, onde toda a gente pode inventar e fazer objetos a partir de pl\u00e1stico reciclado (com\u00a0Precious Plastics<\/u><\/a>) ou outros recursos secund\u00e1rios. E f\u00e1cil montar um grupo de teatro amador e dar espet\u00e1culos nos centros culturais de bairro (ex.\u00a0Centro M\u00e1rio Dion\u00edsio<\/u><\/a>\u00a0e, na foto,\u00a0Pessoa e Companhia<\/u><\/a>).<\/p> A educa\u00e7\u00e3o est\u00e1 viva e presente no tecido da cidade. As escolas dos nossos filhos deixaram de ser lugares fechados. Expandiram-se, primeiro para a rua, cortando o tr\u00e2nsito para fazer parques infantis. As crian\u00e7as fazem voluntariado nas institui\u00e7\u00f5es do bairro. A comunidade utiliza a instala\u00e7\u00f5es da escola para os seus projetos, envolvendo os alunos e professores.<\/p> Lisboa j\u00e1 \u00e9 uma cidade linda, mas quanto mais circular se tornar, mais gosto vai dar viver nela.\u00a0Que o futuro chegue depressa!<\/p>\t\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t<\/div>\n\t\t\t\t\t<\/div>\n\t\t<\/div>\n\t\t\t\t A Economia Circular e a ideia de \u201cfechar os ciclos\u201d podem parecer conceitos abstratos. Mas a realidade \u00e9 que j\u00e1 existem muitas iniciativas circulares por a\u00ed, provando que a economia circular est\u00e1 a acontecer (e n\u00e3o vai fazer marcha atr\u00e1s). Para agarrar bem o conceito, perceber toda a sua for\u00e7a, propomo-nos neste artigo responder \u00e0 seguinte quest\u00e3o: como ser\u00e1 a Lisboa de 2030, quando as ideias circulares promovidas pela CEP e por muitos outros j\u00e1 tiverem tido tempo de se entranhar na cidade?\u00a0Vamos fechar os olhos e imaginar…<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":1399,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[14],"tags":[],"class_list":["post-1396","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-estilos-de-vida"],"acf":[],"yoast_head":"\n