{"id":1474,"date":"2017-02-06T17:14:00","date_gmt":"2017-02-06T17:14:00","guid":{"rendered":"https:\/\/circulareconomy.pt\/?p=1474"},"modified":"2022-03-29T07:24:41","modified_gmt":"2022-03-29T07:24:41","slug":"recosturar-a-nossa-relacao-com-o-vestuario","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/circulareconomy.pt\/en\/recosturar-a-nossa-relacao-com-o-vestuario\/","title":{"rendered":"Recosturar a nossa rela\u00e7\u00e3o com o vestu\u00e1rio"},"content":{"rendered":"\t\t
Estas s\u00e3o apenas algumas pinceladas do quadro muito, muito negro descrito pelo White Paper publicado em 2015 pela plataforma Fashion Revolution<\/a>. Dos recursos naturais aos direitos humanos, a ind\u00fastria t\u00eaxtil tem um impacto t\u00e3o feroz sobre o planeta que a necessidade de alterar radicalmente o seu funcionamento se imp\u00f5e como uma evid\u00eancia.<\/p>\n<\/div>\n Nos dias que correm, n\u00e3o h\u00e1 gigante do retalho t\u00eaxtil (H&M<\/a>, Inditex<\/a>) que n\u00e3o publicite os seus projetos de sustentabilidade. Sem ser preciso desconfiar da boa-f\u00e9 das grandes marcas, \u00e9 seguro afirmar que o desafio \u00e9 enorme. Um exemplo: a reciclagem t\u00eaxtil, no seu estado tecnol\u00f3gico actual, \u00e9 bastante ineficaz. Tratar mecanicamente as fibras retira-lhes qualidade, gerando pouco valor \u2013 o resultado acaba muitas vezes como enchimento de sof\u00e1s; a reciclagem qu\u00edmica, ainda embrion\u00e1ria, consegue recuperar a fibra com a sua qualidade original mas apenas se o tecido for composto por um s\u00f3 tipo de fibra. As mesclas n\u00e3o se conseguem reciclar.<\/p>\n<\/div>\n Mas para grandes problemas, grandes oportunidades. As organiza\u00e7\u00f5es que conseguirem responder a este ou outros desafios de um t\u00eaxtil que se quer verde e social v\u00e3o estar a garantir a sua longevidade. As pol\u00edticas p\u00fablicas t\u00eam um papel importante no incentivo \u00e0 economia circular, escreve o The Guardian <\/a>(a Dutch Aweareness<\/a>, que faz roupa em poli\u00e9ster totalmente recicl\u00e1vel, \u00e9 um exemplo de inova\u00e7\u00e3o que contou com um empurr\u00e3ozinho da Uni\u00e3o Europeia). Mas t\u00eam de ser as pr\u00f3prias marcas a romper com os modelos de neg\u00f3cio estabelecidos, o que se torna dif\u00edcil num ramo em que os diferentes elos da cadeia de abastecimento s\u00e3o t\u00e3o interdependentes.<\/p>\n<\/div>\n Em Portugal praticamente n\u00e3o existe quem recicle t\u00eaxteis. \u201cN\u00e3o h\u00e1 nenhuma empresa portuguesa com maior visibilidade que tenha enveredado por este neg\u00f3cio, tornando a reciclagem uma componente importante do que produz\u201d, confia ao Expresso <\/a>Paulo Vaz, diretor-geral da Associa\u00e7\u00e3o do T\u00eaxtil e Vestu\u00e1rio de Portugal. No entanto, j\u00e1 h\u00e1 estudos <\/a>a dizer que a ind\u00fastria t\u00eaxtil portuguesa devia estar a olhar para esta oportunidade, servindo-se da sua organiza\u00e7\u00e3o em clusters para agarrar o desafio a v\u00e1rias m\u00e3os.<\/p>\n<\/div>\n A reciclagem n\u00e3o \u00e9, por\u00e9m, nem a \u00fanica nem a melhor maneira de responder aos impactos negativos da ind\u00fastria t\u00eaxtil. A Patagonia<\/a>, estandarte de boas pr\u00e1ticas no que a sustentabilidade t\u00eaxtil diz respeito, n\u00e3o apenas recicla mas concebe as suas roupas para durarem (oferecendo uma garantia vital\u00edcia), serem reparadas e serem revendidas (tendo para isso criado a plataforma Worn Wear<\/a>). As lojas de roupa em segunda m\u00e3o prestam um excelente servi\u00e7o de circularidade t\u00eaxtil (sendo um prazer andar ali \u00e0 cata de tesouros, como o Macklemore bem sabe<\/a>). Ainda pouco conhecido, o aluguer de roupa (como praticado por exemplo pela Rentez-Vous<\/a>) apresenta-se como um prometedor modelo de neg\u00f3cio.<\/p>\n<\/div>\n A plataforma Fashion Revolution considera que a moda mais sustent\u00e1vel do mundo \u00e9 aquela que j\u00e1 temos no roupeiro. E se queremos refrescar um bocadinho o nosso aspeto, que tal fazer roupa nova a partir daquelas pe\u00e7as que est\u00e3o meio estragadas ou n\u00e3o nos apetecem tanto? \u00c9 esse o conceito da Re:Costura<\/a>, oficina de upcycling a decorrer s\u00e1bado dia 11 de Fevereiro e que \u00e9 uma iniciativa conjunta da Fashion Revolution<\/a>, FIO <\/a>e Circular Economy Portugal, com a ajuda da Slow Repurpose<\/a>. (Para provar que do velho se pode fazer n\u00e3o apenas novo mas terrivelmente apetec\u00edvel, basta percorrer o blog Trash to Couture<\/a>.)<\/p>\n<\/div>\n A ind\u00fastria t\u00eaxtil \u00e9 uma gigantesca for\u00e7a de destrui\u00e7\u00e3o do planeta. Considere os seguintes n\u00fameros:<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":1481,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_acf_changed":false,"footnotes":""},"categories":[18],"tags":[],"class_list":["post-1474","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-texteis"],"acf":[],"yoast_head":"\n